SOBRE
POÉTICA
Caio Ferreira transforma matéria residual em arte. Sua pesquisa explora composições escultóricas criadas a partir de cordas náuticas, arranjadas em múltiplas estruturas. Tramas inspiradas no crochê tradicional se expandem em formas e volumes multidimensionais, do pequeno ao monumental, desafiando a percepção do espectador.
Articuladas manualmente, as cordas emulam histórias, memórias, dor e beleza, convergindo em obras expressivas, singulares e provocadoras.
JORNADA
A matéria-prima principal vem do resíduo da produção da Confort Móveis — empresa comprada por sua mãe, Juliana, em 2008 — onde Caio iniciou sua experimentação criativa, aos 12 anos. A imersão no universo do design de interiores determinou sua formação como artista e designer.
Hoje, como diretor criativo da marca, além da sua produção artística, assina peças e coleções autorais, projetos exclusivos e curadorias de ambientação que integram arte, design e experiência.
Sua jornada conta com exposições e colaborações nas maiores praças culturais do país, como a Casa Cor de BH em 2023 e a Semana do Design em 2024 a convite da Casa Doimo, além da exposição solo Ubuntu realizada no Centro Municipal de Cultura de Uberlândia em 2023.
MANIFESTO
Entre fardos de cordas encontrei meu amparo.
Eu era só um menino quando ouvi as vozes da exclusão pela primeira vez e me abriguei no entorno seguro da casa-mãe.
Por toda parte as cordas, longas e resistentes, me asseguravam o refúgio e o pertencimento. Um dia, a misteriosa ancestralidade, através do crochê, me sussurrou: "estarás livre quando transmutar em arte a farta matéria e fizer beleza da tua dor".
Desde então, minha poesia é um culto à liberdade – escultórica e abstrata, densa e fluida – como as camadas de vida e memória que guiam a minha busca através da arte.